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A Rapariga do Vestido Amarelo

É tudo uma questão de perspectiva (versão 2.0!)

Acho que nunca soube muito bem o que queria ser quando fosse grande. Em tempos quis ser professora. Noutros tempos, advogada. E muito mais recentemente quis ser jornalista... queria ter seguido jornalismo ou ciências da comunicação. Contudo, percebi que qualquer área em que a comunicação fosse implícita seria o meu mundo. Quando entrei para esta licenciatura, percebi que era da comunicação que queria viver. Já tinha o blogue antes de entrar para a faculdade, mas nunca tinha percebido ou visto como este espaço tem vindo a influenciar algumas das minhas escolhas. Tudo isto para enquadrar o facto de há uns tempos não saber sequer que a profissão relações públicas existia. E saber também que há muitas pessoas que não sabem e desvalorizam a profissão de um relações públicas.

 

Um relações públicas não é só uma pessoa que fala ou comunica. Eu não ando a tirar um curso apenas para saber falar em público. Eu não ando a queimar pestanas apenas para aprender a comunicar com marcas ou para marcas. Não é isso. Nem de perto, nem de longe. Já para não falar dos relações públicas das discotecas - outra perspectiva completamente diferente. O relações públicas é aquele que comunica, correcto. Mas não se limita apenas à comunicação. Cria relações. Alimenta relações. Pensa sempre, mas sempre, de uma forma estratégica para a sua organização. Aliás, para um relações públicas tudo é comunicação, e por isso na mais pequena oportunidade há algo a comunicar. Nós estamos sempre a comunicar, de uma forma menos ou mais profissional. No nosso caso especializamo-nos nisso mesmo, na comunicação dentro de uma empresa. Aconselhamos. Cuidamos. Tratamos. Fazemos de tudo para que a comunicação seja a solução para todos os problemas. E em grande parte das vezes, conseguimos.

 

Muito mais do que uma perspectiva, as relações públicas são a bóia de salvação da maioria das organizações. Sem comunicação, arrisco-me a dizer, que uma organização, ou não existe ou dificilmente sobrevive. Pensar numa organização sem qualquer tipo de comunicação, seja ela, interna, externa... É pensar numa organização sem qualquer futuro. Todos os progressos e todos os retrocessos de uma empresa precisam de ser comunicados de uma forma profissional. E mais do que uma perspectiva de ver o mundo, as relações públicas são uma profissão que tem de causar impacto. E depois do impacto criado, tem de causar uma mudança. Mudar os comportamentos dos seus públicos. Contudo, apesar das relações públicas ainda não ocuparem o lugar que merecem em muitas empresas de todo o mundo, continuarão sempre a ser a perspetiva mais importante de qualquer estratégia.

 

 

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A brincar aos políticos.

Não costumo ler muito. É um facto. Também é um facto que todos os livros que li foram, na sua grande maioria, escritos por jornalistas. Uma escrita muita mais objectiva, muito mais directa ao assunto. Sem grandes voltas, nem rodeios. Sem quaisquer eufemismos. É aquilo que é e pronto. E o jornalismo de investigação é algo que me fascina... o facto de os jornalistas não se ficarem apenas pelo que é dito e partirem para a investigação por conta própria, com mais ou menos fontes, o mérito é deles. O livro "Os predadores" de Vítor Matos - jornalista de política da revista Sábado  - é um bocadinho assim, uma investigação sobre aquilo que os nossos políticos andam a fazer. Tentando dizer melhor, é muito resumidamente a verdadeira história da política em Portugal.

 

Aproveitei as viagens de avião para ler, entre algum sono, e não posso dizer que fiquei surpreendida com aquilo que estava escrito, uma vez que há muitas histórias que acabaram por ser partilhadas na imprensa. Contudo, em muitos momentos da minha leitura soltei um riso ou outro. As "trafulhices" que se fazem por votos ou por um lugar ao sol no mundo da política é qualquer coisa de cómico. Nem sequer podemos apelidar que este seja um governo sem leis, é muito mais um governo de brincar, onde os interesses jogam acima dos interesses daqueles que os políticos "tentam" representar. É mais uma vez um sistema onde a justiça não entra, visto que o "código penal nem sequer pune a fraude eleitoral" ao nível interno. Vi muito egoísmo em várias histórias descritas pelo Vítor Matos. E com este livro percebi porque é que a política não me fascina assim tanto. Não é só por não perceber muito sobre o tema, mas por aquilo que ela representa. São demasiados esquemas, jogos paralelos, e tudo para se manterem no poder. A qualquer custo. Mesmo. O autor do livro chega mesmo a classificar a sua obra como perigosa, mas o livro só é perigoso pelo seu conteúdo. 

 

Contudo, nem sei se será justo acusar os políticos de falta de transparência, uma vez que nem sabe do que se trata. Só quem está lá dentro sabe como tudo se movimenta e funciona. É um jogo perigoso onde se cruzam interesses e egos. Onde a vida pessoal não existe. E onde há sempre lugar assegurado para família, amigos, e amigos dos amigos. Aquilo que acontece a nível interno é uma falsa democracia. 

 

Os partidos são ecossistemas onde apenas sobrevivem os mais fortes, os mais aptos a lidar com armas legitimas como ilegítimas. 

 

É, sem dúvida, um livro que recomendo. Quem gosta de jornalismo de investigação devora o livro em três tempos. Quem é curioso na matéria da política em Portugal, igualmente. O autor escreve de uma maneira muito fácil e acessível. Explica tudo aquilo que tem de ser explicado. Não esconde factos. Ilustra através de gráficos. Acho que está um trabalho muito bem feito. A política no seu estado mais nu e cru, porque se falamos de um jornalismo de investigação então é assim que ele tem de ser. Vítor Matos revela que este é um livro pessimista, e da mesma forma vos digo que não costumo ser pessimista, mas sem dúvida que depois da leitura de "Os predadores" há muito pouco de bom a dizer sobre o trabalho destes senhores sem qualquer profissionalismo. Esta é uma desconstrução demasiado real e dura. Contudo, é a mais pura das verdades. E é também um despertar das consciências daqueles que andam adormecidos ou que acham que as coincidências existem.

 

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Vítor Matos

 

"Os grandes partidos põe em perigo a democracia porque, por um lado, este tipo de práticas afasta muita gente que quer fazer política; e, por outro lado, ajuda a afastar os cidadãos da política. Depois, uma grande parte dos deputados são escolhidos dentro destas lógicas. Ou seja, elas contaminam o sistema representativo. E também contaminam o Estado, no sentido que muitas nomeações são feitas como moeda de troca destes apoios e destas lógicas de funcionamento dos partidos." (Vítor Matos em entrevista ao Expresso)

Tudo é comunicação...

Sempre me disseram, ou pelo menos desde que estudo Relações Públicas, que tudo é comunicação. Não há não comunicação. E também é um bocadinho por isso, que não podemos dizer que o Pai Natal ou o Coelho da Páscoa não existam. Porque para isso teríamos de contrariar essa personagem alimentada pelas marcas aos olhos dos mais pequenos. Eu confesso que não me lembro sequer se em algum momento acreditei no Pai Natal. Aliás, segundo a minha mãe, para além de não acreditar propriamente na personagem do Pai Natal, também não lhe achava grande piada porque fugia a sete pés.

 

Contudo, e voltando à questão das marcas "usarem" o Pai Natal, a Coca Cola é aquele que tira o melhor partido de toda a quadra natalícia. Ou não fosse a marca, a principal responsável pelo vestuário vermelho da personagem, já que originalmente seria verde. Tudo isto também para dizer que mais do que uma personagem, o senhor de barbas brancas é uma imagem muito forte que é utilizada pelas marcas. É uma personagem que não foi criada pelas marcas, mas tem vindo a ser alimentada e é, por isso, das figuras mais associadas a esta quadra festiva. O próprio nome da personagem torna implícita toda esta ligação, porque na realidade o seu nome seria apenas Santa Claus, quando por cá falamos em Pai Natal. 

 

O Pai Natal é então uma personagem, um homem, que nunca será esquecido. Aliás, manter-se-á imortalizado graças à comunicação que é feita pelas marcas.

 

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Curiosidades sobre o Pai Natal: Grego nascido no ano 270 na região de Patara, situada atualmente no sudoeste da Turquia // Nicolau oferecia secretamente moedas de ouro aos mais carenciados de Mira (paralelismo com a troca de presentes) // Deixava as moedas nos sapatos e meias das pessoas (meia de Natal)

Há sites e sites!

Há sites de tudo e para tudo. Há sites para todos. E há sites para alguns. E depois há aqueles sites que acrescentam valor. Que não são só mais um site a ocupar espaço na rede. Que nos contam histórias e que criam uma integração um bocadinho diferente. Encontrei este site muito por acaso, talvez por ser algo muito recente. Mas os amigos que temos no Facebook às vezes até partilham muito mais do que estados de espírito. E foi o caso da partilha deste site: nascer em portugal.

 

Para enquadrar, o nascer em portugal é uma "plataforma digital e interactiva, com um design responsive, pensada para todos: homens e mulheres, mais ou menos novos, com ou sem filhos. Reportagens, realizadas pela TVI 24 parceira neste projecto, transportam o leitor para o campo da investigação jornalística sobre o tema. Por outro lado, através de entrevistas e testemunhos é revelada uma perspectiva das escolhas e expectativas de pessoas reais. Gráficos dinâmicos e mapas complementam os textos permitindo uma viagem pelos números da natalidade. Informação sobre os países da Europa e os municípios do país também marcam presença nesta obra digital, de acesso gratuito. Apresentada de uma forma verdadeiramente inovadora, esta obra multimédia constitui-se como uma referência essencial para quem quiser saber mais sobre os porquês de ter ou não ter filhos em Portugal." Uma plataforma que poderia ter tudo para ser um site chato e mais maçudo, mas graças à dinâmica do  próprio site e facilidade em encontrar os conteúdos torna-se numa experiência positiva para quem quer saber mais sobre o assunto.

 

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Este é um site menos óbvio, se o posso classificar assim, que partilha os mais variados conteúdos, desde estatísticas a entrevistas sobre o tema, mas tudo de uma forma muito mais interactiva e inteligente. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode aceder ao site, uma vez que está optimizado para smartphones ou tablets. Já o próprio design do site está muito simples... Contudo, menos é mais!

 

Gostava tanto que todos os sites recheados de base de dados fossem um bocadinho mais assim, de fácil navegação, com um design menos pesado, uma vez que acho que é possível tornar um site cheio de informação atractivo quando se arruma a casa. Isto é, o site "nascer em portugal" é um muito bom exemplo de como se deve arrumar a informação que queremos disponibilizar aos nossos seguidores ou visitantes.

 

Como partilhei acima, este projecto surge de uma parceria com o canal TVI24. E, por isso, partilho a promo da reportagem:

 

Isto para concluir que é muito óbvio que o tema do próprio site ajuda. Isto é, há sites que poderão estar condenados pelo seu tema. Qualquer pessoa consegue fazer um site sobre música minimamente atrativo e original, já quando falamos de um site com estatísticas possivelmente pensamos o contrário.

De visita ao DAT!

Já imaginaram uma "sala" equipada com as mais recentes tecnologias, que permite monitorizar em tempo real a performance das marcas nas redes sociais, melhorando as estratégias digitais? Essa "sala" já existe em Portugal e a Nestlé deu o nome de DAT. Digital Acceleration Team, cujo objetivo é, como o próprio termo indica, acelerar as áreas de Digital, Social e Business num contexto de constante mudança e transformação, colocando novos desafios e oportunidades às marcas. O DAT está agora instalado na sede portuguesa da empresa, em Linda-a-Velha. O conceito nasceu em 2012 na Sede da Nestlé, na Suíça. E Portugal é o 20º país a recebê-lo. A atividade do DAT baseia-se em 3 pilares da estratégia Digital na Nestlé: Listening, Engaging e Transforming

 

Para além disso, esta nova unidade irá desenvolver um programa de formação digital interno e promover um mindset empreendedor através da ligação a agências criativas, empresas tecnológicas e incubadoras de startups. Os colaboradores da Nestlé passam assim a ter uma visão daquilo que está a acontecer fora da empresa e aprendem a aproveitar essas mudanças para melhorar o digital.

 

Os principais objetivos são: "dar suporte aos Negócios na definição e desenvolvimento das suas estratégias digitais e de eBusiness; a gestão das comunidades online; a transformação do enorme volume de informação proveniente das redes sociais e plataformas digitais em insights acionáveis; a promoção de um ambiente de inovação e empreendedorismo digital na Nestlé e o desenvolvimento de um programa de formação digital adaptado às necessidades dos Colaboradores para o exercício das suas funções".

 

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DAT: Equipa de Portugal 

 

A semana passada tive a oportunidade de conhecer esta nova unidade e alguns membro da equipa. Confesso que fiquei impressionada pela positiva. É muito bom perceber que Portugal já começa a dar a devida importância aquilo que os seus consumidores ou clientes falam nos social media. E acho que fica aqui uma ótima sugestão para ser adotada em mais marcas e empresas nacionais, porque a otimização dos serviços de uma empresa passa sempre por ouvir.

 

O DAT concretiza uma nova forma de pensar e de trabalhar; reflecte uma cultura de agilidade, flexibilidade, inovação, empreendedorismo e mudança que irá contribuir para que a Nestlé continue a ser a companhia líder de Alimentação e Bebidas (Ana Caldeira, responsável pela nova estrutura)

 

Quase tudo sobre: Google Analytics.

O que é? O Google Analytics é uma plataforma de análise de dados web desenvolvida pela Google.

 

Para que serve? Analisar dados. Isto é, o Google Analytics é uma ferramenta que veio facilitar e muito a vida de milhões de milhares de utilizadores de sites ou blogues. Fornecendo as estatísticas de vários canais, soluções para dispositivos móveis e relatórios de redes sociais.

 

Objetivo? Optimizar o uso de sites ou blogues.

 

Formação? O Google Analytics tem a sua própria Academia (com cursos online gratuitos), canal do YouTube e Blogue. Para mim, este aspecto da formação é essencial para melhor potencializar o uso do Analytics, ou seja, por muito que achemos saber mexer nalguma ferramenta deste tipo é importante canalizar conhecimentos e tirar o melhor partido dela.

 

Vantagens? É uma ferramenta gratuita.

 

"Concorrência": Omniture, The Webalizer, WebTrends.

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Através do Google Analytics é possível ter estatísticas em tempo real. Para além disso, existe também a hipótese de cruzar e comparar conceitos como: duração média da sessão, páginas/sessão, sessões, taxa de rejeições, utilizadores, visualizações da página.

 

Outra excelente utilidade do Analytics é o "Público-Alvo". De uma forma muito suncinta, o Google Analytics consegue fazer uma descrição geral do nosso público, de modo a caracterizá-lo segundo dados demográficos, interesses, geografia, comportamento... Uma funcionalidade ideal para traçar o perfil do nosso seguidor. Portanto, como o Analytics é uma ferramenta de relatórios permite-nos também criar "Relatórios Personalizados", sendo uma ferramenta útil quando queremos ter relatórios mensais ou anuais arquivados num "local" de fácil acesso.

 

O principal desafio é seleccionar os relatórios com as informações mais relevantes, uma vez que são produzidos vários tipos de relatório com várias conclusões em assuntos diferentes. Cada site terá informações ou conclusões mais relevantes. Compete ao administrador ter esse poder de selecção e estabelecer critérios.

 

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Os 3 primeiros passos no Google Analytics.

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 Google Analytics: Painel de Trabalho.

Um passo (ou dois) à frente.

O pensamento estratégico. É muito mais do que pensar só estrategicamente. É pensar antes de todos. É pensar em ideias que nunca ninguém teve a ousadia de pensar. É antecipar movimentos. Antecipar tendências. Não é antecipar o óbvio, porque isso não é ser estratégico. É, principalmente, antecipar aquilo que não é expectável. Ser estratégico, pode ser quase como estarmos sempre a um passo, ou dois, à frente do nosso adversário, ou concorrente. Diferenciar-nos dos outros da forma mais inteligente possível, é ser estratégico. Contudo, a estratégia não é algo palpável. Já as consequências da minha estratégia têm essa característica. Isto é, eu escolhi determinada estratégia e estes foram os meus resultados. Os resultados, consequências... já são visíveis pelos outros. 

 

Quando penso em estratégia penso inevitavelmente em escolhas. Não propriamente, cedências, mas em escolhas. Escolhas de caminhos. Escolhas de percursos. Porquê virar à direita e não à esquerda? A nossa estratégia é isso mesmo, um caminho que delineámos após pensarmos. Ou melhor, um caminho que escolhemos após investigarmos as várias opções que nos foram dadas. Eu sou uma pessoa que precisa de definir estratégias em tudo. Caso contrário perco-me. Preciso de definir uma estratégia para mim, para os outros, para tudo. Definir uma estratégia é tão importante para mim porque não me chateio com factores surpresa ou acidentes de percurso. Bem sei que se torna muito difícil ser quase vidente, mas naquilo que eu consiga, eu prefiro delinear as estratégias que quero seguir e aquelas que prefiro riscar do meu mapa de hipóteses. Para mim, a previsibilidade dos acontecimentos é crucial para atingir os meus objectivos. Sem um caminho perfeitamente desenhado acho que fica tudo muito difícil de atingir. Por exemplo, e agora sendo o mais sincera possível, sinto que nunca defini realmente uma estratégica para o meu blogue como para a minha licenciatura. Isto é, não considero que tenha uma estratégia implementada no blogue sequer, e isso dificulta-me em relação a objectivos que todos os anos me proponho cumprir. Percebe-se assim que existe uma relação de complementaridade entre estratégia e objectivos. Ou, mais precisamente, uma relação em que primeiramente é estabelecida uma estratégia e em consequência dessa orientação traçamos os nossos principais objectivos. Contudo, nunca ninguém disse que é fácil ser estratega. Requer alguma coerência, visto que é obrigatório que a estratégia que implementamos seja tão válida como os valores de uma organização ou pessoa. 

 

A palavra estratégia tem um significado muito pesado em Relações Públicas, mas é facilmente ilustrado em qualquer profissão. Quando um treinador de futebol quer que os seus jogadores ganhem o jogo, é traçada uma estratégia para alcançar os objectivos, que neste caso são "marcar golos". Portanto, quando existem objectivos, existe também uma estratégia. Os outros poderão não aperceber-se da existência dessa mesma estratégia. Contudo, irão com toda a certeza notar as consequências da adopção de determinada estratégia e não outra. 

 

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Logo, ninguém é famoso por razão nenhuma.

Com um percurso mais ou menos visível, a estratégia estava lá, porque no final foi alcançado um objectivo! 

A falta de investigação.

Como em praticamente tudo, as bases têm de estar lá. Não podemos fazer escolhas baseadas em nada. Não podemos tomar decisões importantes só porque sim. Tem de existir uma razão. Tem de existir alguma investigação. É preciso procurar as primeiras respostas. Perceber porque é que nunca se fez de outra maneira. Entender porque é que as coisas são como são. E para algumas pessoas ou organizações, a investigação é algo "meramente informativo" e muitas vezes deixado para segundo plano, só porque dá um bocadinho de trabalho e custa muito tempo. É preciso interpretar resultados e chegar a conclusões. Só com uma sólida investigação podemos elaborar o nosso plano. Precisamos de estar "severamente" informados para tomarmos as decisões mais certas, se é que elas existem. E é isso que acontece em todos os planos estratégicos, sejam eles de comunicação, marketing, económicos. A base de um plano é sempre a sua investigação. E quem afirmar o contrário possivelmente nunca construiu o plano mais duradouro de sempre.

 

Exemplos? Lembrei-me de um bem recente. E que apesar de não ser o exemplo de um plano de comunicação. É o exemplo de um plano que tem uma grande e grave falha na investigação. Ou, dito de outra forma, nem sei se teve grande investigação ou pesquisa. E do que é que eu estou a falar? Da segunda maior avenida de Lisboa. A Segunda Circular. Quando alguém, um dia, quis plantar árvores em todos os cantinhos de Lisboa, esqueceu-se de investigar sobre aves. Esses seres vivos que viriam a colocar em risco a segurança aérea. Até pode parecer anedótico. Como é que nunca ninguém pensou em aves. Ou como é que nunca ninguém pensou em investigar o que quer que seja. Contudo, aqui está um excelente exemplo sobre como é que a falta de investigação pode ter um impacto tão negativo na implementação de um novo projecto.

 

Portanto, a investigação não é só mais uma parte de um plano, no caso dos RP's, plano de comunicação. É, para mim, "a" parte mais importante do plano. É quase como se na investigação estivessem os nossos argumentos e justificações para as nossas escolhas. É através da investigação que detectamos as nossas oportunidades. É com a investigação que sustentamos tácticas. Muito basicamente, sem investigação não perceberíamos qual o caminho certo a seguir. O caminho que distingue um bom plano de comunicação de um mau plano de comunicação. 

 

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Improvisando.

Hoje, qualquer um pode ter uma voz. Qualquer um pode contar uma história. Qualquer um pode criar impacto. Contudo, os social media ajudaram a que tudo isto fosse possível, ou seja, foi através e com os social media que passámos a criar conteúdos por tudo e por nada. O Facebook, Twitter, Instagram são só algumas das ferramentas responsáveis por esta revolução. As histórias passaram a ser contadas por imensas vozes diferentes. Isto é, a publicação de uma história representa hoje o inicio de uma longa conversação ou discussão. E, por isso, a história não acaba só por dizermos que é o seu fim, que terminou... Ela só acaba quando já não existe mais conversa possível.

 

Como em todas as situações da vida, há vantagens e desvantagens. Com isto quero dizer que os social media nos trouxeram vantagens e desvantagens ao nosso dia-a-dia. Os social media permitiram uma interacção demasiado real para alguns. Já para outros, trouxeram a interacção no imediato e isso é a melhor ferramenta que uma organização ou marca pode ter - o feedback imediato dos seus consumidores. Contudo, é preciso acompanhá-los, ou seja, é preciso que a organização faça o seu percurso lado a lado com os fãs e consumidores. Não basta ler os seus comentários e opiniões, é preciso dar-lhes continuidade. Como já me aconteceu a mim várias vezes, seja com marcas, seja com figuras públicas. Por exemplo, no outro dia fui ver o concerto do António Zambujo e Miguel Araújo, publiquei uma fotografia no Instagram identificando os dois cantores e minutos depois tinha um comentário do António Zambujo. Ou como também me aconteceu durante a época de frequências, quando postei uma fotografia, na mesma rede social, do meu ambiente de estudo e identifico a Asus. E logo a seguir tenho uma "mensagem directa" da marca a pedir-me autorização para partilhar a minha imagem no perfil oficial deles. É para isto que servem os social media do ponto de vista das organizações, para continuar a criar relações com os seus seguidores.

 

Às vezes, muito raramente, quando tenho apresentações digo sempre que vai ser na base do improviso. E, se calhar, é um bocadinho. Mas o improviso é das coisas mais difíceis que podemos fazer. Porque o improviso é inesperado, não é algo expectável e o mais importante: nunca ninguém está totalmente e completamente preparado para situações de improviso. E isso acontece um bocadinho no mundo dos social media. Saber lidar com o improviso é uma "skill" que é desenvolvida todos os dias. Mas também é preciso desenvolver essa capacidade de improviso. Ou seja, temos de saber responder ao improviso, tal como nas situações adequadas improvisar. É então preciso saber quando e em que circunstância o improviso poderá ter um impacto positivo.

 

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[vídeo: Project #Live]

 

E o que é o #livestorytelling? É um processo contínuo, onde não há espaço para uma "pausa" ou um "stop"... Quase como no teatro. Quase como nas nossas vidas. Contam-se histórias. Interagimos. Reagimos. E voltamos a criar novas histórias. Tudo isto sem uma única pausa. E onde ficam os RP's no meio de tantas histórias? Ficam mesmo no centro, nas histórias. Porque todos nós somos bons contadores de histórias, e quando podemos usar isso a favor das nossas organizações ainda melhor.

 

Live storytelling está a mudar a nossa definição de quem e o que é "criativo". Já não é uma capacidade exclusiva de algumas pessoas. Hoje em dia todos podem ser criativos, todos são a sua própria empresa de media...

 

 

Contudo, fica a pergunta que prometo responder:

que tipo de relação existe entre os social media e o storytelling?

Influências.

O blogue. Uma marca. Uma empresa de qualquer tipo. Tem uma única voz: vocês. Os seus consumidores, os seus leitores, os seus admiradores, os seus fãs. Quem nos representa, quem nos influencia, quem nos critica (positiva e negativamente!) para que exista uma mudança são vocês. Sem os vossos comentários e partilhas, o blogue não conseguiria seguir um caminho, ou seja, eu nunca conseguiria perceber quais são o tipo de posts que mais gostam, quais são as marcas que adoram. São vocês que influenciam as escolhas dos meus posts. É também por isso que insisto em dizer que este blogue sem a vossa interacção valeria de muito pouco. Para além do facto de um blogue ser feito para a troca de ideias e partilha de opiniões... Um blogue precisa de um caminho a seguir, não necessariamente de uma estratégia, mas de algo que faça sentido ser seguido. E é por isso que vocês são os meus melhores representantes. 

 

Mas para que essas vozes sejam úteis para qualquer empresa ou marca é preciso que alguém as oiça. Ou seja, é preciso perceber o valor destas opiniões e partilhas. É preciso dar-lhes a devida importância. Se é para assumir que existe uma interacção então vamos fazer uso dela. Não vamos criar uma página de Facebook de uma marca só porque é giro e a concorrência também tem milhares de likes. E com isto quero dizer que, se existem páginas do Facebook, então deixem que os vossos fãs e consumidores possam ter algum diálogo. Criem alguma interacção para lá das mensagens automáticas. Porque não há nada mais aborrecido do que sentirmos que aquela mensagem foi enviada para todos os clientes em resposta a assuntos e temas diferentes. Hoje em dia há demasiadas organizações que fazem um uso abusivo da palavra... E deveriam ouvir mais os consumidores. Porque são eles que influenciam empresas. São eles os verdadeiros influenciadores. Aliás, por isso é que nos processos mais básicos de comunicação existem dois elementos: orador e receptor. Tem sempre, sempre, de existir alguém que nos oiça e interprete as nossas mensagens.

Portanto, todos nós exercemos influência sobre os outros. A grande questão é saber como utilizá-la... É saber em que é que aquela influência se traduz.